Decidi criar o blog para registrar minhas memórias durante o processo de Au Pair.
Meu nome é Joane, tenho 23 anos e curso Ciências Biológicas. Moro na cidade de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro com meus pais e irmãos.
Bom, vou contar um pouquinho de como foi a descoberta pelo processo e porque decidi ser Au Pair.
Não lembro como fiquei sabendo, mas tinha aberto um curso de inglês, espanhol e informática aqui no bairro pela Prefeitura de Duque de Caxias, a FUNDEC. Curso grátis, era tudo o que eu precisava para despertar o conhecimento que havia adormecido em minha mente. E lá fui eu.
Fiz seguidamente os dois primeiros semestres aqui no bairro, aproveitando ao máximo a oportunidade. Mesmo depois de ter passado pra Biologia continuei o curso, afinal eu realmente gostava daquilo. Mas quando fui fazer o terceiro módulo eles disseram que não teria pois não tinham alunos o suficiente, só abririam vagas para o próximo. Por conta disso eu teria que ser transferida para outra unidade, mas eu preferi esperar e fazer aqui perto mesmo. Entre muitas outras coisas que não cabem citar aqui, se passou mais de um ano e nada do terceiro nível abrir inscrição na unidade daqui. E eu mais alguns colegas da turma ainda esperando.. Ok. Eu sabia disso porque minha irmã mais nova tinha começado o nível básico lá e ela me informava das novidades. Até que resolveram abrir as tais vagas e acabou que por causa do único horário disponível meus colegas não puderam se inscrever. E ainda assim, quando eu fiquei sabendo o período de inscrição já tinha passado. Tive que ir na unidade e pedir que por favor me colocassem na turma, pois as aulas tinham começado há 2 semanas atrás. Tive muita sorte pois na hora que eu cheguei lá a moça que era responsável - a diretora, talvez - estava indo embora, mas ela atendeu ao meu pedido pois eu disse que estudaria em casa para acompanhar o ritmo da turma. Ufa, alívio. Nem pude acreditar, realmente estava com sorte!
Não tive dificuldade para acompanhar o ritmo da turma e as aulas eram bem legais. De cara me identifiquei com a professora. Na formatura no primeiro nível da minha irmã, ela e minha mãe ouviram comentários sobre um intercâmbio para os Estados Unidos, mas eu não sabia direito o que era. Um dia a professora perguntou se alguém ia se inscrever no processo seletivo pra Au Pair, mas eu não sabia o que era. Ninguém da turma ia participar. Esperei até o final da aula e perguntei a ela do que se tratava, com a maior paciência ela me explicou e eu disse que achava interessante, mas por não ter carteira de motorista e nem passaporte eu não poderia me inscrever. Então agradeci e me virei pra sair da sala quando ela pediu que eu esperasse e continuou dizendo que achava que mesmo assim eu poderia me inscrever, mas que ia procurar pelas informações e me diria na próxima aula. E isso realmente não me impediria de me inscrever. Ela me deu toda força e apoio para que tentasse, assim como minha mãe e toda a minha família fizeram.
Me inscrevi no processo que daria uma bolsa de 100% a jovem que ganhasse o concurso e fiquei esperando alguém entrar em contato. No começo fiquei super ansiosa, mal podia esperar para que alguém ligasse ou mandasse um e-mail, mas os dias foram passando e nada. Quando o telefone tocou em uma certa tarde, fiquei surpresa com a notícia. O processo iria começar e estavam entrando em contato com as candidatas. Foi aí que eu parei e pensei: " E agora? Preciso estudar! ".
Pouquíssimas pessoas sabiam que eu tentaria o concurso, até porque não quis criar expectativas e depois me decepcionar. Como se isso impedisse as expectativas rs Lá fui eu, super nervosa, sem ao menos saber o que me esperava. Cheguei ao local e já haviam três meninas lá. Comecei a conversar com duas delas e nenhuma de nós sabia o que nos aguardava. Uma delas fazia Letras Port/Ingl, não lembro o que pensei na hora foi algo como: "Ih, não tenho chances". Mas já estávamos ali mesmo, o que custava tentar? Quando deu o horário, éramos 8 ou 9 candidatas ( pensei que a concorrência seria maior ) no local e ficamos reunidas em uma sala. Apenas uma das candidatas inscritas havia faltado. Que eu lembre, lá estavam a coordenadora do curso de inglês da FUNDEC e duas meninas da agência de intercâmbio World Study. Na primeira parte elas nos explicaram como era o programa Au Pair e tudo o mais. Uma das meninas da agência tinha sido Au Pair e havia voltado há poucos meses do intercâmbio. Ela nos mostrou algumas fotos e contou um pouco sobre a sua experiência no exterior.
Depois disso faríamos um teste escrito. Não lembro direito dos detalhes, mas era algo em torno de 60 ou 80 questões em 20 ou 30 min. As questões eram de múltipla escolha, algumas bem simples, outras mais complexas. Só lembro de alguém ter falado que só restavam 5 min, depois havia acabado o tempo. Então as candidatas voltaram para a sala de espera até que o resultado saísse. Demorou um pouco até que nos chamaram de volta a sala e anunciaram o resultado. Mal pude acreditar quando disseram meu nome! Eu era uma das 5 selecionadas para a segunda etapa do concurso, uhuuul!
Aqui segue o link do primeiro dia do concurso.
- http://www.fundec.rj.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=510:candidatas-realizam-penultima-etapa-do-processo-seletivo-para-intercambio-cultural&catid=109:destaques
Para a segunda etapa, faríamos uma entrevista em inglês e outra em português. A professora do curso me ajudou muito com isso, ela fez uma simulação de como imaginava ser a entrevista e me deu várias dicas. Mesmo assim, me sentia completamente despreparada. Principalmente pra falar, que eu morro de vergonha. Só lembro que fui a última e cheguei na hora certinha pois eu não poderia falar no estágio pela manhã, mas de qualquer forma eu avisei que poderia chegar uns 15 min atrasada e elas disseram que não teria problema. Todas as classificadas para essa fase compareceram. Explicaram direitinho que seria uma por vez e tal tal tal e que enquanto isso as outras ficariam na sala de espera. Também recomendaram que após a entrevista não comentássemos uma com a outra o que tinha acontecido, já que todas éramos concorrentes. A espera foi terrivelmente longa, talvez porque eu estivesse imensamente nervosa. Durante esse tempo percebi que algumas das meninas demoravam mais que outras e a curiosidade só aumentava. Me perguntava se eu demoraria ou não lá dentro, se teria vocabulário suficiente para sustentar uma conversa, essas coisas. Nessa etapa além da coordenadora e das duas meninas da agência, também estava lá mais um rapaz da agência de intercâmbio e duas outras pessoas da própria FUNDEC. Depois chegou outra professora de inglês da FUNDEC, que havia sido chamada para ajudar na entrevista. Devo ter sido a quarta candidata a ser chamada e gelei quando ouvi meu nome. Assim que entrei, todos falaram apenas em inglês comigo.
A primeira a conversar comigo foi a ex-Au Pair, ela me deu boa tarde e perguntou como eu estava. Respondi: "Fine, thanks" , nisso me apavorei, olhei pro lado e vi duas pessoas da agência me olhando, voltei a olhar a menina que falou comigo e continuei: " And you? " Ela estava animada, disse que estava bem e agradeceu por eu ter perguntado. Uma outra pessoa perguntou: " Are you nervous? " Respondi imediatamente: " Muito!" E todo mundo riu. Eu pedi desculpa por ter falado em português e tentei me concentrar. Depois de um tempo disseram que a parte em inglês tinha acabado e que agora conversaríamos em português. Não lembro de todas as perguntas que me fizeram, nem quais foram em português e quais em inglês. Mas perguntaram o que eu gostava de fazer, se gostava de desenhos, se era uma pessoa nervosa, como era minha família, como foi minha experiência com crianças, deram algumas situações de acidentes e perguntaram como eu agiria, se gostava de bebês, se preferia trabalhar com crianças ou adolescentes, como era meu dia-a-dia e muito mais. E riram de novo quando eu falei os desenhos que gostava. Foram gargalhadas quando eu soltei um: "Phineas and Ferb". Será que isso foi bom ou ruim? Espero que bom. Já tinham me liberado quando alguém da World Study disse que queria me fazer a última pergunta. Pediram para que eu dissesse uma qualidade minha. Eu pensei, pensei.. achei essa uma das mais difíceis de responder rs Por fim, disse que sou perfeccionista, que quando faço alguma coisa gosto de fazer bem feito. Algo assim.. aí outra pessoa perguntou se isso também não poderia ser um defeito e se eu achava que as pessoas a minha volta tinham que fazer as coisas do meu jeito. Lembro de ter dito que não, que eu era assim comigo e que não tentava mudar ninguém, que na dose certa o perfeccionismo não seria necessariamente um defeito. Então agradeceram e finalmente sai dali.
Quando voltei à sala de espera pensei que tinha falado uma imensa besteira e estragado tudo ali. E até hoje me questiono se não falei. Lembro que a última candidata foi bem rápida na entrevista e quando fui conversar com as meninas sobre o que tinha acontecido elas disseram que eu tinha demorado muito. Aposto que não demorei tanto quanto eles para decidirem quem faria o programa. Sério, demorou muito. Até o porteiro estava impaciente com o resultado rs
Depois que nos chamaram, disseram mais coisas sobre o programa e o perfil da pessoa escolhida. Disseram algumas poucas coisas do que prestaram atenção, sem citar nomes. E depois do resultado queriam conversar com uma por uma a sós para dizer como a candidata havia se saído. O primeiro lugar ganharia uma bolsa de 100%, já o segundo de 30%. Não lembro se anunciaram primeiro quem ficou em segundo ou primeiro lugar, mas aqui segue o link da segunda etapa.
- http://www.fundec.rj.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=519:fundec-realiza-sonho-de-estudar-no-exterior&catid=109:destaques
- http://superintendenciadajuventude.blogspot.com/2011/11/pmdc-realiza-sonho-por-meio-da-fundec-e.html
EU GANHEEEEEEI A BOLSA DE 100%! Que emoção, mal pude acreditar que aquele sonho se tornaria realidade.
Mas depois disso muita água rolou.. éér.
Dei o
submit no meu Application a menos de uma hora e já estou aqui
mega ansiosa.
Essa postagem nem está tão grande assim -
cof cof - então aos poucos eu vou contanto a minha trajetória desde o dia em que ganhei o concurso.